The Box. ARTE TOTAL . INL International Iberian Nanotechnology Laboratory - ARTS & SCIENCE -
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Performance – The BOX
Identificando as inúmeras maneiras pelas quais o quotidiano nos trespassa e habita, exploramos formas de o transformar e nos transcender, transplantando novas estéticas de existência em nossos corpos, movimentos e palavras.Comunicar. Impossível não comunicar. Palavras, imagens, música, movimento, parados, expressões faciais, tudo serve para comunicar. Comunicamos a todo o momento e desde sempre. Mas será que a mensagem chega como nós queremos? Ou será a mensagem algo tão interior que apenas quem a emite a compreende por completo?
Paramos para olhar esses fios condutores e paramos para olhar essas ligações wifi. Ligações partilhadas com engenhos criados por nós. E continuamos a desenvolver a toda a velocidade. O ontem só não é esquecido porque fica gravado em imagens e sons. Imagens e sons que amanhã poderão deixar de ser reconhecidos. Surge a dúvida: “Como nos ligamos se falhar o wifi?”. Do processo resultou uma performance autorreferencial, que cruza trajetórias singulares e coletivas, simultaneamente privadas e públicas, pessoais e políticas, que pretendem intervir no mundo e abrir-se a ele.
Interpretes: Gabriela Barros, Armando Pinho, David Ramalho
Leonardo Ramalho, Constança Rosas, Alexandra Fernandes
Músico: Paulo Mesquita
Vídeo: Play Bleu
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A arte total (mais informação clica aqui) nasceu em 1992. É uma estrutura especializada nas áreas da Educação e Produção Artística. O projecto divide-se em três linhas de acção: - a área da aprendizagem (ESCOLA) cujo objectivo é a formação sólida de interpretes e a sensibilização para a prática das artes performativas; - a área de desenvolvimento e formação de públicos (CIA.), cujo objectivo é a sensibilização e divulgação da dança contemporânea portuguesa; - e a área da criação e produção artística (CIA.), que se centra no desenvolvimento e promoção de trabalhos artísticos experimentais.
Mantendo uma actividade regular e focada na produção artística contemporânea, a Arte Total cia. privilegia o trabalho de caracter experimental e fora dos circuitos comerciais. Juntando a performance às artes visuais, a dança à música ou as tecnologias digitais à criação de processos de trabalho e investigação em arte, a programação da Arte Total inclui estreias absolutas nacionais e internacionais, apresentações informais de processo de criação, intervenções em espaço público e em sectores sociais particulares, explorando o diálogo entre diversas propostas artísticas, o espaço da cidade e o público que nela habita.
As residências artísticas decorrem em espaços da cidade, dando continuidade ao trabalho realizado durante 25 anos, onde se convoca os espaços públicos e privados para uma reflexão que pretende fortalecer as relações entre os artistas e o contexto social, político e cultural da cidade de Braga.
Ao público, a arte total propõe uma reflexão sobre a produção artística abrindo, de uma forma clara, a perspectiva do discurso autoral ao público, sob vários formatos que se vão, rizomáticamente, articulando ao longo dos anos.
São colaboradores em projectos da Arte Total Romulus Neagu, Maria Inês Villasmil, Paulo Henrique, Joana Providência, Aldara Bizarro, Peter Michael Dietz, Maria Reis Lima, Teresa Fabião, Madalena Victorino, Valentina Parravicini, Jody Oberfelder, Filipe Lopes, Lídia Martinez, João Martinho Moura, Miguel Pedro Guimarães, Rui Dias, Carlota Lagido, entre outros.
A Arte Total é parceria da Câmara Municipal de Braga para a promoção e inclusão social através das artes nas escolas públicas, pertence à REDE- associação de estruturas para a dança contemporânea, colabora com o Theatro Circo na divulgação e promoção das artes performativas, apoia e desenvolve projectos com o Mosteiro de Tibães, Museu dos Biscaínhos, Museu D. Diogo de Sousa, Museu Nogueira da Silva – Universidade do Minho, desenvolvemos trabalho de co-produção com o Gnration e actuamos directamente na formação artística de algumas instituições de formação públicas e privadas.
A Arte Total é membro do conselho consultivo para a candidatura de Braga a cidade media arts da UNESCO.
A Arte Total é apoiada financeiramente, desde 1998, pelo Governo Português através do Ministério da Cultura-Direção Geral das Artes.
Direcção Artística
Cristina Mendanha
Guelra # Carlota Lagido | Arte Total 2016
GUELRA: 50 toneladas, uma experiência sobre a cor preta O preto tem 50 tons reconhecíveis. Comporta uma série de apropriações simbólicas que se foram transformando e tomando diferentes significados ao longo dos tempos. É uma cor de adjetivações antagónicas. Se por um lado o preto é a cor do protesto e do Anarquismo, é simultaneamente a cor do Fascismo. Até ao século XIX foi a cor das noivas, dado que o preto era o mais adequado para o aspeto negocial que envolvia qualquer casamento na altura. Preto é a cor associada ao mal, mas, no entanto, é a cor clerical. Na Espanha da Inquisição, as pessoas vestiam-se de preto de forma a deixarem sobressair a expressão, sendo assim possível controlar qualquer movimento facial denunciante. O preto é também a cor da morte e do fim. Na natureza, todos os elementos, nos seus processos de decomposição, se transformam numa matéria negra. É a cor dos medos noturnos. Preto é a cor utilizada para nomear a dita “matéria negra”, teórica, da Astrofísica. É a cor do vácuo. É também a cor do princípio de tudo. Nesta residência artística pretende-se explorar a temática geradora do espetáculo 50 Toneladas, procurando desta vez outras abordagens, resultantes da participação direta dos alunos e alunas da escola Arte Total. Este espetáculo estreou em janeiro de 2016, no âmbito do Temps d'Images Lisboa e contou com a participação de Tiago Vieira, Carlota Lagido e Antoine Pimentel.
Produção
Arte Total
Parceiro
GNRation
Concepção
Carlota Lagido
Directora Arte Total
Cristina Mendanha
Programação GNRation
Luís Passos
Intérpretes
Gabriela Barros, Leonardo Ramalho,
Inês Pereira, Constança Rosas,
Inês Pereira, Bárbara Oliveira e
Catarina Neves
Fotografia
Play Bleu
Concepção de Vídeo
Carlota Lagido & Play Bleu
Assistência de produção
Sara Borges, Hugo Carvalho
e João Coutada
Música
Pedro Melo Alves
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digging | "GUELRA" ARMANDO PINHO | ARTE TOTAL 2016
digging
"GUELRA" ARMANDO PINHO
ARTE TOTAL 2016
FICHA TÉCNICA
Concepção e interpretação: Armando Pinho
Supervisão Artística: Cristina Mendanha
Concepção de Vídeo e Imagem: Play Bleu
Consultoria de movimento: David Ramalho
Apoio dramatúrgico e consultoria: Sandra Andrade
Assistência de produção: Monique Augusto e Emília Correia
Agradecimento: Sr. Aníbal Afonso (cedência de espaço para o vídeo)
DIGGING
“Eu abandono Roma…”
Abandonar é deixar ao desamparo, deixar só, sem protecção, é largar, renunciar, esquecer, não fazer caso, pôr à margem.
Abandono quando deixo uma pessoa, uma coisa, um lugar, uma função.
Abandono e sou abandonado. Abandono-me e deixo-me abandonar.
O abandono é um estado, uma condição, um lugar.
Há lugares abandonados, lugares de abandono, lugares do abandono. Todos os lugares do abandono são feridas que calam e falam, ocultam e denunciam, abrem passagens para outros espaços e tempos. Nestes lugares abrem-se fendas que ligam exterior e interior, enigmas que intrigam e seduzem.
Os lugares do abandono fazem-me cavar fundo. Cavo por demanda e esquecimento e rasgo a ferida, que não a consigo suturar. I dig holes, I dig graves. E abandono-me ao seu fascínio, pelo seu brilho e sua negritude de abismo.
Jean-Luc Nancy explica, em “L’être abandonnée”, que o abandono é a condição de existência. Nascemos no abandono; somos definidos e destinados pelo abandono. Sempre o soubemos, de resto: Prometeu foi abandonado por ter roubado e partilhado sabedoria; Édipo e Moisés são filhos do abandono; Cristo é salvador por ter sido abandonado (Eli, Eli, lama sabactáni).
O fascínio da existência reside todo na ferida do abandono.
Abandono e amor estão interligados. Se só o amor abandona, será então na possibilidade do abandono que se conhece a do amor: “La seule loi de l’abandon, comme celle de l’amour, c’est d’etre sans retour et sans recours.”
Mas o abandono é também estado de liberdade. O abandonado, aquele que é posto à margem, o excluído, o fora da lei, fora da normalidade é, ao mesmo tempo, o libertado, o que se abre a todas as possibilidades. Os lugares do abandono são, por isso, lugares de desvio, contradição, destabilização, que confundem realidade e ilusão, matéria e potência.
O abandonado entrega-se à sua própria voz, à terra, ao presente, ao acontecimento… and just keep digging.
“Alguém abandona tudo.”
Armando Pinho
Guelra - uNamed by Paulo Henrique & Joao Martinho Moura [Photography]
Guelra - uNamed by Paulo Henrique & Joao Martinho Moura
Production Arte TotaL | Coproduction GNRation
Sound João Figueiredo
Camera, Graphism & Edition by Play Bleu
Link video: http://videosplaybleu.blogspot.pt/2016/01/guelra-unnamed-by-paulo-henrique-joao.html
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